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Ciência e tecnologia de alimentos em pauta

O papel dos alimentos processados na prevenção de deficiências nutricionais

O papel dos alimentos processados na prevenção de deficiências nutricionais

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ITAL - Instituto de Tecnologia de Alimentos

11 de setembro de 2025 | 4 min de leitura

Os alimentos processados têm diversas características que os tornam extremamente práticos, convenientes e seguros. Quando adequadamente fortificados, também desempenham importante papel na reparação de deficiências nutricionais. Há anos, a adição de vitaminas e minerais a alimentos processados tem se mostrado uma estratégia eficaz para melhorar a saúde pública no Brasil e em várias partes do mundo.

A necessidade de enriquecimento nutricional
As deficiências nutricionais são um desafio significativo em muitas regiões, especialmente em áreas com acesso limitado a alimentos frescos e variados. Nutrientes essenciais, como vitaminas A, D, B12, ácido fólico, ferro e zinco, são frequentemente encontrados em níveis baixos na dieta de muitas populações, o que resulta em sérios problemas de saúde, incluindo anemia, problemas de visão, comprometimento do sistema imunológico e dificuldades no desenvolvimento infantil.
Para enfrentar essa questão, o enriquecimento de produtos alimentícios com vitaminas e minerais tem sido amplamente adotado como uma solução prática e eficaz por toda a indústria de alimentos. Esse método melhora o valor nutricional e possibilita que um maior número de pessoas receba os nutrientes necessários para sua saúde e bem-estar.

O processo de enriquecimento
Tudo começa com a escolha dos alimentos a serem enriquecidos nutricionalmente. Alimentos básicos, bastante consumidos por toda a população, são os principais candidatos, pois ampliam as chances de a fortificação atingir um maior número de pessoas. Assim, frequentemente são fortificados alimentos como farinha, leite, sal, óleos, margarinas, bebidas e laticínios.

São práticas comuns em muitos países, inclusive no Brasil, a fortificação do sal de cozinha com iodo e a fortificação de farinha de trigo com ferro e ácido fólico, intervenção que tem mostrado resultados impressionantes na redução da incidência de bócio e da prevalência de anemia. Da mesma maneira, o leite fortificado com vitamina D ajuda a combater a deficiência dessa vitamina, que é essencial para a saúde óssea.

Impacto na saúde pública
Vários estudos demonstraram que a fortificação de alimentos contribui significativamente para a redução das deficiências nutricionais em populações vulneráveis. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) uma entre quatro pessoas apresentam a fome oculta, ou seja, deficiência de vitaminas e minerais no organismo.

Reconhecida pela OMS como uma boa estratégia para melhorar a saúde pública, a fortificação de alimentos é obrigatória em diversos países e resultou em uma queda significativa nos casos de algumas doenças e insuficiências ligadas a vitaminas.

Sem contar os benefícios econômicos significativos para a sociedade como um todo: populações mais saudáveis têm maior produtividade e menores custos de saúde, como remédio e tratamentos.

Desafios e oportunidades
O excesso de certos nutrientes pode ter efeitos adversos à saúde, portanto os níveis de fortificação devem ser adequados. Além disso, os benefícios para a população dependem da aceitação e conscientização do consumidor.

A colaboração entre governos, indústrias alimentícias e organizações de saúde também é essencial para implementar programas de fortificação eficazes e seguros, devendo abranger políticas e regulamentações claras e monitoramento contínuo.

Fortificação é qualidade de vida
Para o avanço significativo na garantia da alimentação equilibrada e consequente melhora na qualidade de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo, são fundamentais investimentos, inclusive na educação nutricional.